O lastro é um elemento granular que é aplicado entre o dormente e o sublastro, sua função principal é absorver os impactos aplicados pelo dormente e repassá-los de forma distribuída ao sublastro.

As características mais desejáveis para o lastro são as seguintes:

  • Resistência;
  • Durabilidade;
  • Boa Estabilidade;
  • Boa Drenabilidade;
  • Limpeza;
  • Facilidade de aplicação de Manutenção;
  • Alta Disponibilidade (de preferência em locais próximos).

O lastro é aplicado também nas laterais dos trilhos, é contado o espaço de 30 centímetros para cada lado, este espaçamento é denominado ombreira de lastro ou ombro de lastro.

Vale destacar também que as características do material, do volume e da aplicação, dependem dos seguintes critérios (lastro ideal):

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  • Carga transportada;
  • Velocidade do trem;
  • Peso do veículo;
  • Geometria de Via;
  • Giro do Material Rodante (Tráfego).

A “brita” é o material mais utilizado como lastro, pois ela não é condutora de energia, fator esse que facilita a montagem de circuitos energizados (seções de bloqueio). Também deve estar em sua granulometria ideia, para que se evite a compactação, a erosão e a penetração da água no solo.

Além da “brita”, a escória de acácia também é um tipo de lastro bastante utilizado, porém ela apresenta algumas deficiências quando comparada a brita, a exemplo, ele é condutora de energia elétrica, é porosa e menos resistente.

Há alguns anos, a terra e o cascalho também foram utilizados como lastro, porém com o tempo, foi se verificando que eram pouco eficientes para as necessidades de um lastro ideal. Piçarra, xisto, subprodutos siderúrgicos e laterita também podem ser aplicados como lastro. Verifica-se a necessidade de troca do lastro sempre que ele deixa os parâmetros do lastro ideal supracitado.

Lastro (https://alemdainercia.wordpress.com/2019/03/25/engenharia-ferroviaria-dimensionamento-do-lastro-por-talbot/)

Principais Deficiências no Lastro:

Abaixo seguem os principais defeitos do lastro:

Lastro Colmatado:

O lastro tem o limite máximo de 40% de unidades abaixo de meia polegada, se este limite for ultrapassado o lastro fica colmatado, ou seja, perde sua resiliência e elasticidade, não tem pode de retornar ao seu estado original.

Dados (Fabio Steffler)

Lastro Laqueado:

Ocorre quando há problemas na drenagem e materiais não específicos se misturam ao lastro. (Ex: Barro ou Minério).

Processos de Correção ou Substituição do Lastro:

Abaixo seguem os principais processos de correção e substituição do lastro:

Socaria:

É o processo que reduz o espaço entre os lastros deixando a plataforma com mais estabilidade, compactando-a. Geralmente se adiciona uma camada de 15cm de lastro e após a socaria se deixa com padrão de 10cm, reduzindo através do processo de socaria 5cm. Este processo pode ser manual ou mecanizado (preferencia).

Socaria (https://www.brastan.com.br/produto/grupo-de-socaria-autoportante/)

Desguarnecimento:

Basicamente é a substituição de lastro que está abaixo do padrão granulométrico desejável por um que esteja padronizado. O processo pode ser manual ou mecanizado (preferencia).

Desguarnecimento (https://www.supermetal.com.br/single-post/2017/06/30/Sabre-desguarnecedor)

Limpeza De Lastro:

A limpeza manual do lastro possui uma produtividade baixíssima e sua execução com a equipe de manutenção somente deve ocorrer em casos extremos. Para locais onde existem grandes extensões de danos decorrentes desse motivo, máquinas de grande porte deverão ser envolvidas no trabalho.

Sua execução pode acontecer de forma parcial ou total. Na limpeza parcial de lastro, a retirada da pedra britada ocorre somente fora do calo do dormente, ou seja, nos ombros e no entremeio.

Após a descarga da pedra limpa, deve ser feito um nivelamento contínuo com levante, fazendo com que a pedra nova entre por baixo do dormente, criando um novo calo. Esse tipo de serviço parcial apenas retarda os efeitos do lastro contaminado, já que em dois ou três anos todos os sintomas tendem a retornar.

Já na limpeza total de lastro a retirada da pedra é completa, e o material depositado abaixo dos dormentes também sai. Esse tipo de intervenção é bastante lento, sua produtividade com uma turma de 20 homens fica em torno de 15 m por dia para bitola larga.

Além disso, ela também é bastante traumática para liberação do trecho. O fato de se retirar o calo de pedra faz com que sejam necessários longos períodos de estabilização nos locais em que a grade desnivela frequentemente, até o ponto em que sua socaria seja reestabelecida de novo. Esse período de estabilização em grandes intervenções na via é comum, pois faz parte dos procedimentos de operação ferroviária, reduzindo-se a velocidade até que a linha volte a ficar estabilizada.

Assim, para execução dos serviços em linhas com trilhos curtos é orientado o seguinte período de estabilização.

Ombreira de Lastro:

É o espaço entre a ponta do dormente e o inicio do talude de lastro. Desejável que tenha uma distância entre 15cm e 30cm. Necessário para se manter a estabilidade transversal da via.

Lastro Ferroviário (http://www.pac.gov.br)

Fim da Linha!
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Sobre o Artigo:

Esse material foi publicado por Lucas Evaristo

Lucas Evaristo é Logístico e Cientista de Dados de formação superior, especialista em Gestão de Projetos e Operação Ferroviária. Estudante de Engenharia Civil e apaixonado por Ferrovia.

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