O acionamento entre roda-trilho inclui o conjunto de estudos que consideram os fatores de interação entre esses dois elementos.
Mesmo o tema já tendo sido objeto entre os acadêmicos há tempos, a análise só foi levada como dianteira à medida que as cargas por eixos e as velocidades das composições chegaram altos valores. Nessas circunstâncias, mesmo pequenos defeitos na superfície do rolamento do trilho ou da roda podem ser cruciais para a determinação da sua vida útil, trazendo grandes ganhos de segurança e disponibilidade ou enormes perdas, principalmente em custos.
Contato Roda-Trilho (http://www.sirt.com.br/)
Esforços de L/V:
Diz-se que o francês M. J. Nadal, mesmo não tendo estudado diretamente a interação roda-trilho em ferrovias, foi um dos pioneiros no assunto quando, em 1908, realizou os primeiros estudos de esforços laterais e verticais em um corpo. Sua conclusão foi uma das fórmulas mais importantes para a engenharia de contato ferroviário e serviu de base para todos os estudos de interação roda-trilho feitos a partir daquele momento.
Ele percebeu que a relação L/V (esforços laterais/esforços verticais) variava numa relação de ângulos, envolvendo o coeficiente de atrito entre as estruturas das quais se desejava analisar o equilíbrio.
Quanto maior a relação direta L/V, maiores serão os esforços laterais em relação aos verticais do peso do vagão. Isto proporciona o alívio fundamental para retirada do rodeiro de seu caminho no trilho.
Esforço Vertical/Lateral (VP Aplicada (Fabio Steffler)
O estudo da interação roda-trilho é bastante amplo. Bibliografias técnicas, estudos laboratoriais sobre o comportamento dos materiais e seus contatos levaram ao desenvolvimento desse tema com avanço da vida dos componentes e segurança do tráfego para altas cargas e altas velocidades. Neste tópico demonstraremos o conhecimento essencial sobre contato roda-trilho, considerado básico para uso em manutenção de ferrovias brasileiras de carga.
A pior circunstância de ângulo de contato será obtida com roda nova e trilho gasto. Nessa interação, o contato é deslocado da curvatura da bandagem da roda para a curvatura do friso, o que provoca a redução drástica do ângulo para um valor entre 30° e 34°, em média, e facilita extremamente a escalada da roda.
VP Aplicada (Fabio Steffler)
Outras interações intermediárias em função do desgaste dos componentes são possíveis, como rodas gastas com trilhos gastos e roda gasta com trilhos novos, formando ângulos de interação de, aproximadamente, 42° e 52°, respectivamente.
Desgaste (VP Aplicada (Fabio Steffler)