A Ferrovia e as Comunidades:
Há algum tempo a ferrovia era vista como sinônimo de prosperidade e previsão de investimento público/privado para as localidades por onde o trecho de via ocuparia. No entanto, atualmente a ferrovia tem sido interpretada como um mal necessário, ou até mesmo um atraso logístico para as regiões de passagem em nível.
O fato é que, apesar das análises referente a questão logística, a ferrovia acaba gerando muitos empregos indiretos e é fonte de renda para milhares de autônomos em todo o Brasil. Os pontos de pátio, estações e terminais possuem funcionários da ferrovia que consomem produtos em geral, bem como as localidades com transporte de passageiros, via trem, que também são alvos de ambulantes, vide os metrôs das grandes cidades e os trechos de passageiro da VALE.
Esta mesma fonte de comércio também ocorre em outros modais, como exemplo as rodoviárias e pontos de ônibus em todo o Brasil.
Memórias da CVRD por Jaider Gonçalves
A questão sobre os ambulantes vai um pouco além do simples comércio, pois o comércio ambulante é proibido pelo Decreto Federal nº 1.832, de março de 1996, e pelo Regulamento do STPP, (Sistema de Transporte Público de Passageiros), através do Decreto nº 14.845, de fevereiro de 1991. O impedimento inclui os trens, estações e terminais.
Lembra-se que estes empregos indiretos não se resumem apenas ao comércio ambulante, mas também se pautam em vendedores de marmitas, artesanatos e demais artigos de consumo. Não há regulamento na ferrovia para aqueles que prestam serviço de forma registrada conforme a lei vigente.
Os ambulantes não registrados tem sido amplamente combatidos nas localidades CPTM (SP) e CBTU (todas as localidades), tendo sua mercadoria recolhida e recebendo convites para explicação às autoridades responsáveis.
Um dos motivos destas ações são os comércios geridos pelas próprias companhias de trem nas estações de fluxo de passageiros. Os transportes públicos ferroviários em São Paulo movimentam diariamente milhões de usuários, e o metrô já é o quinto maior ‘shopping’ de São Paulo, contando com 374 lojas, lanchonetes, telefonia móvel e bonbonnières.
Redigido, editado e revisado por Lucas Evaristo.
Pauta proposta por Jaider Gonçalves.