“GRETA THUNBERG DA AMAZÔNIA”, BEKA MUNDURUKU, VAI CONTRA CONSTRUÇÃO DE NOVA FERROVIA:
Em nome da proteção ambiental nas regiões amazônicas, principalmente próximo ao Rio Tapajós, a ativista indígena Beka Munduruku, que é comparada a “Greta Thunberg”, escreveu uma vídeo pedindo ajuda à ONU e ao Vaticano.
Seu temor é que o planejamento do governo Bolsonaro de construir estradas e uma ferrovia para transportar soja para o porto aceleraria o processo de desmatamento da floresta onde reside. Segundo Beka, quando criança, “costumava brincar no rio próximo, mas agora o mercúrio da mineração envenena a água”.
Este posicionamento pode ser considerado uma clara resistência a intenção de Jair Bolsonaro de abrir terras de reserva protegidas para mineração comercial e agricultura. Segundo o governo Bolsonaro a preservação das florestas tropicais é uma das prioridades, porém, segundo as palavras do presidente, “o índio quer internet e dentista”, em outras palavras, desenvolvimento.
No vídeo abaixo Bolsonaro comenta sobre os indígenas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol:
Em meio a todo o processo de denúncia de Beka, os adolescentes da greve escolar convocada por Greta na Europa enviaram mensagens de vídeo de apoio a ativista indígena.
O cacique geral do povo Munduruku / Foto: Fábio Nascimento/Greenpeace
“Dependemos muito da floresta, mas não é apenas para nós, é para o futuro do mundo todo”, afirmou Beka.
A tribo Mundrukus possui atualmente cerca de 13 mil integrantes, habita as áreas indígenas Cayabi, Munduruku, Munduruku II, Praia do Índio, Praia do Mangue e Sai-Cinza, no sudoeste do estado do Pará.
Para ela, esse espírito ajudará a tribo a vencer a batalha para preservar a floresta amazônica. “Somos um povo muito forte e poderemos parar com isso e continuar lutando por nossa terra e pela proteção da floresta”, disse ela.
Matéria escrita por Lucas Evaristo em 18/01/2020.